Chapada Diamantina

Férias marcadas: novembro. E o destino? Onde ir?

Meu sonho sempre foi conhecer a famosa Chapada dos Veadeiros – talvez por ser mais conhecida e divulgada. Entretanto, procurando mais sobre lugares com mato e muita trilha (de preferência), de repente me vi encantada pela Chapada Diamantina. As fotos daquelas cachoeiras com muitos metros de altura me fascinaram. As cidadezinhas cheias de cores e casinhas antigas bonitinhas pareciam realmente me chamar. Me vi tomada, então, pela vontade de conhecer a incrível Travessia do Vale do Pati com toda sua imensidão. E foi assim que o destino me escolheu.

Logo fui procurar: será que novembro é uma época boa para ir? Quase todos os sites dizem que sim – que a Chapada Diamantina é maravilhosa o ano todo e que, mesmo com maior propensão a chuvas nessa época, a paisagem tem seu valor. E concordo muito! Maaaaas se eu pudesse, talvez teria escolhido outra época do ano para ir.

Em novembro, peguei sim bastante chuva – o que foi ótimo para refrescar durante as trilhas – mas creio que, por ser o começo da temporada de chuvas, as cachoeiras ainda não estavam tão volumosas como apareciam em muitas fotos e acabei perdendo a vista tão esperada do Cachoeirão por cima, já que no dia tudo era só neblina. Além disso, as chuvas acabaram rendendo alguns perrengues, como histórias de carros atolados e avião que não conseguia pousar na cidade.

Assim, se fosse para recomendar uma época para conhecer a Chapada Diamantina, eu diria que gostaria de ir na época das quaresmeiras, entre março e abril – meses em que essas árvores florescem e pintam as paisagens (que já são surreais) de tons de roxo. E as cachoeiras devem estar bem volumosas também. Deve ser a coisa mais linda de se ver!

E como chegar na Chapada Diamantina? Lençóis é a cidade principal para chegada, contando com um aeroporto que possui voos da Azul somente às quintas e domingos, e uma rodoviária com três  horários de ônibus por dia de/para Salvador. Dessa forma, escolhi sair de São Paulo em um domingo, fazer conexão em Belo Horizonte e chegar de avião em Lençóis as 14h para iniciar o roteiro já aproveitando o primeiro dia. Entretanto, como foi dito, a chuva prejudicou um pouco os planos: o avião não conseguiu pousar na cidade de Lençóis e precisou desviar sua rota para Salvador. De lá, precisei pegar um ônibus de 6 horas de viagem até Lençóis, chegando apenas tarde da noite.

Assim, como dica recomendo sempre pensar que existe essa possibilidade (que é bem recorrente pelo que foi dito pelos comissários do avião) e planejar o roteiro sem contar com o primeiro dia, e com algo bem leve no segundo, caso demore a chegar – porque o cansaço de passar o dia todo viajando bate real!

Aqui, para piorar o perrengue de passar o dia todo viajando, um pequeno detalhe é que pela manhã ainda tinha perdido o voo que saia de São Paulo para Belo Horizonte para fazer conexão. O voo era às 6h da manhã, em Guarulhos, com embarque começando às 5h20 — e eu simplesmente acordei às 5h20. Imagina o desespero pensando que não conseguiria pegar o outro voo as 12h para Lençóis, e que o próximo voo seria só na quinta-feira.

Liguei para todas as companhias aéreas procurando algum voo, mas sem sucesso. Já comecei então a pesquisar voos e ônibus para Salvador. Sim, eu iria de ônibus por várias horas, mas não iria perder a viagem tão planejada! Nisso, fui para o aeroporto de Guarulhos tentar conversar com a atendente da Azul e ver se teria alguma solução que eu não tivesse conseguido por telefone. O resultado foi um voo que partia em 1 hora, só que saindo de Viracopos, em Campinas, por um precinho nada amigável. Nunca corri tanto! Mas, por fim, cheguei a tempo em Belo Horizonte e consegui meu voo para Lençóis.

Sobre o roteiro: quando comecei a pesquisar sobre a Chapada Diamantina e onde ir, confesso que fiquei perdidinha, pois são muitas cidades, muitas atrações e é muito difícil escolher em quais ir – é praticamente impossível fazer tudo em uma viagem só!

Teria duas semanas na Chapada e, como prioridade, deixei 5 dias já separados para a Travessia do Vale do Pati. Entrei em contato com algumas agências e guias para ver passeios, roteiros e disponibilidade e me surgiu a grande dúvida: se deveria alugar um carro e só contratar os guias para passeios nas cidades ou se já fechava com um guia só, que me acompanharia por toda a viagem já com o roteiro certo e o transporte incluído. Por fim acabei fechando a segunda opção, que achei mais prática, acabava saindo mais em conta e também levava em consideração que as estradas poderiam ser ruins e sem sinal de celular.

Hoje, penso que talvez fosse melhor ter gasto um pouco a mais e alugado um carro para ter maior liberdade durante os passeios e nas cidades que visitei – considerando que as estradas, em sua grande maioria, são boas de circular, é possível baixar mapas offline e é muito tranquilo encontrar guias em todas as cidades.

Aqui deixo um adendo: deixaria apenas já tudo acertado para a Travessia (que recomendo fazer no início da viagem) e depois pegaria o carro para todos os outros passeios. Para a Travessia, recomendo muito os irmãos @lutrekkingoficial e @guiavaledopati ,que tem um conhecimento incrível da região e os melhores lanchinhos de trilha possíveis!

Por fim, as atrações escolhidas foram:

  • dia 1: Cachoeira do Roncador
  • dia 2-dia 6: Travessia do Vale do Pati (Guiné-Andaraí)
  • dia 7: Cachoeira do Buracão
  • dia 8: Cachoeira da Fumacinha por baixo
  • dia 9 e 10: Escalada em Igatu
  • dia 11: Cachoeira do Mosquito
  • dia 12: Cachoeira da Fumaça por cima e Morro do Pai Inácio.
  • dia 13: Descanso em Lençois
  • dia 14: Volta para São Paulo

Outras atrações que já deixei marcadas que quero para uma próxima viagem são: Cachoeira da Fumaça por baixo, Pantanal Marimbus, Poço Encantado e Azul (tem a época do ano certa para ir e ver o feixe de luz na água), Fazenda do Pratinha, Cachoeira do Herculano, visita a vinícola Uvva e repetir o Cachoeirão por cima, no Vale do Pati, para tentar ter a vista que não consegui no dia, devido a neblina. Ou seja, tem coisa demais mesmo para fazer por lá!

Toda viagem já começa um pouquinho antes da data em si, não só pela programação feita, mas também pelas malas. Nessa viagem precisei levar duas malas: uma com tudo para todos os dias e outra específica para a travessia. Assim, quando fechar a travessia, já veja com sua agência se eles podem guardar sua segunda mala durante esse dias.

Levando em conta que seria uma viagem de 12 dias e que pegaria muito calor e chuva, levei bastantes shorts, duas calças daquelas bem fininhas que secam rápido e não esquentam, biquínis, tops, camisetas e um corta vento. Para jantar à noite nas cidadezinhas, levei vestidos pela praticidade.

Aqui vai a dica: deixe tudo de mais leve e que seque rápido na mala da travessia, já que, chegando nos abrigos, é possível tomar banho (gelado) e já aproveitar para lavar a roupa utilizada no dia, deixando-a secar a tempo de sair no dia seguinte.

A principal peça da mala eu diria que é a bota então, por favor, leve uma que fique bem confortável e que já esteja laceada para aguentar os muitos km a serem percorridos. Outro item bem importante na mala da Travessia é uma lanterna de cabeça para a noite. Mesmo que os abrigos tenham luz, para se locomover do quarto até onde é servido o jantar geralmente é uma penumbra que só. Não se esqueça também de uma capa para proteger a mochila caso chova e de bastões para caminhada.

Cachoeira do Roncador

A princípio, essa cachoeira não estava no roteiro e o primeiro dia já seria o início da Travessia do Vale do Pati. Mas como o avião não conseguiu pousar, precisou desviar para Salvador, e depois tive que pegar um ônibus de 6 horas e cheguei tarde da noite em Lençóis, eu e meu guia achamos que seria mais adequado um passeio mais tranquilo no primeiro dia, para descansar da viagem, e no dia seguinte sim começar a Travessia com força total.

Assim que cheguei de viagem em Lençóis, meu guia Lu me buscou e ainda seguimos mais 1h30 de estrada para a cidade de Andaraí, para já ficar mais próximo de onde começaríamos a Travessia (em Guiné) e para deixar a segunda mala guardada. Nesse dia fiquei hospedada na Pousada Éden – (75)982036167 – simples, com ótimo custo benefício e excelente café da manhã.

Você achou que o perrengue da viagem tinha acabado quando cheguei em Andaraí? Nada disso, rs. Ao chegar lá, já era 1h30 da manhã, e o hotel que tinha alugado simplesmente estava fechado. Ninguém atendia por nada desse mundo e tive que caçar outro lugar para dormir – e foi ai que achei a Éden, hahaha.

No primeiro dia, então, depois de um sono revigorante, um baita café da manhã e almoço, e após realocar toda a logística da viagem, seguimos para a cachoeira do Roncador. Essa cachoeira fica bem pertinho da cidade de Andaraí, não possui quase nada de trilha e é uma delicia para aproveitar o dia de forma bem tranquila, com muito descanso. O carro chega bem próximo da cachoeira, que forma quase como uma prainha no final. É possível chegar aos pocinhos que ficam mais acima, tanto pela própria cachoeira – apenas subindo as pedras – quanto por um restaurante localizado um pouquinho antes na estrada, mediante uma taxa de R$30,00.

Recomendo muito encaixar esse passeio no primeiro dia pós-viagem, para ter um descanso e se caso acontecer algum imprevisto, como esse do avião que não pousou. Não consegui fazer o passeio no Pantanal de Marimbus mas disseram que é bem ali pertinho e que vale muito a pena! Às vezes, seria legal fazer o Pantanal pela manhã, almoçar no restaurante próximo à cachoeira e depois passar a tardezinha tranquila ali nos pocinhos.

No dia seguinte, comecei a Travessia do Vale do Pati – mas deixarei essa em um post exclusivo, pois foram 5 dias bem intensos. Dessa forma, seguimos para o sétimo dia de viagem.

Cachoeira do Buracão

Localizado na cidade de Ibicoara, acho que esse foi o passeio mais caro da viagem. Isso porque para visitar essa cachoeira, é necessário contratar um guia local autorizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Ibicoara, pelo valor de R$150,00 – não sendo possível realizar a trilha com o guia que já estava me acompanhando na viagem. Além disso, Ibicoara é uma cidade distante, e da cidade para o início da trilha há um trecho de terra de quase 1 hora, então o custo com gasolina também pesa.

Como o guia contratado disse, a cachoeira do Buracão é muito legal porque, além de incrivelmente linda, é muito democrática já que a trilha é bem tranquila e todos conseguem acessá-la, desde os mais jovens até os mais velhos. A trilha leva cerca de 40 minutos a 1 hora, e a todo momento possui o rio e quedas de cachoeira ao lado, garantindo um visual maravilhoso.

É possível acessar a parte de baixo da cachoeira de dois modos: pela trilha ou pelo modo mais legal de todos, o rapel! São 90 metros de descida e, juro, que momento incrível é sentir a queda gigante do Buracão bem ao seu lado, com o vento da queda batendo, pássaros voando ao redor e é tudo muito mágico! Uma experiência que vale a pena ser vivida mas que também tem seu alto valor agregado de R$240,00. Importante dizer que a equipe responsável pelo rapel está presente no topo da cachoeira todos os dias, até por volta de 15h, sem necessidade de reserva antecipada.

Na saída do rapel ou na entrada da cachoeira (caso opte pela trilha), o cenário é deslumbrante! Os paredões formam um túnel maravilhoso até a queda da cachoeira. É de cair o queixo, de verdade. Assim, apesar de ser um passeio carinho, acho que vale a pena o investimento e experiência.

Não cheguei a conhecer a cidade de Ibicoara de fato, mas, pelo que vi passando de carro, não me pareceu ser muito turística e preferi ficar hospedada em outra cidade. Nesse dia, estava hospedada em Mucugê e, apesar de ser um pouco mais distante e ter que sair mais cedo para a cachoeira, lá sim é uma cidade muito charmosa, com um centrinho cheio de restaurantes e barzinhos. No dia que cheguei, havia uma banda na pracinha principal e estava bem animado.

Na época que fui, estava rolando um evento de corrida na cidade e as pousadas mais em conta estavam todas esgotadas. Por isso, precisei gastar um pouquinho mais do que tinha planejado e fiquei hospedada na Pousada Primavera. Apesar do bolso chorar, valeu muito a pena pegar uma hospedagem bem gostosa após a Travessia, para ter um bom descanso antes de começar todos os outros passeios. Além do quarto ser super confortável, espaçoso, com uma cama enorme e com banheira, também tinha um café da manhã muito gostoso com tapiocas preparadas na hora e a incrível recepção de Jau – que recebe todos os hóspedes de braços abertos, com muito carisma, e que até mesmo me ajudou e lavou minha roupas pós travessia, para que eu pudesse ter roupas limpas para o resto da viagem rs.

Ali próximo a Mucugê fica a Vinícola Uvva, que não consegui conhecer, mas que tive ótimas recomendações em relação a visitação e degustação. Dizem que é linda demais! Assim, se tiver tempo e um budget disponível, recomendo dar uma pesquisada!

Cachoeira da Fumacinha

Aqui deixo o registro da cachoeira mais linda que já visitei nesse mundão. Também localizada em Ibicoara, são 18km de trilha (ida e volta) que valem cada passinho andado. O trajeto até a cachoeira já é lindo, passando por pequenas quedas e riachos, e então, ao avistar a entrada da Cachoeira do Fumacinha, você fica louco, juro. Que lugar!

A queda de 100 metros da cachoeira faz com que a água se espalhe formando uma cortina branca e é uma das coisas mais bonitas de ser vista nessa vida. Os paredões no entorno da queda dão um tom de mágica para essa lugar. As andorinhas que ficam sobrevoando o poço deixa tudo ainda mais especial. E, por fim, dois cachorrinhos super simpáticos ficam percorrendo e acompanhando os visitantes durante todo o trajeto dessa cachoeira e é tudo muito perfeito!

Na volta da cachoeira, ainda paramos em uma das quedas no meio do caminho para fazer um lanche caprichado com o prato carro-chefe do Lu: uma tapioca super recheada. E, no final da trilha, tomamos um bom caldo de cana. Que dia gostoso!

Ah! Importante dizer que, para visitar essa cachoeira, é interessante começar bem cedo, devido a distância. Por isso, é legal buscar um local para dormir bem próximo à entrada da trilha. Aqui deixo a indicação da pousada de Bia – (77) 99141-9374-, uma casinha super simples, com jantar e café da manhã incluso. A Bia que é um amor de pessoa, e a hospedagem fica a 10 minutos de carro do início da trilha. A diária por pessoa é R$160,00.

Nessa trilha não é necessário contratar um guia local autorizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Turismo de Ibicoara, assim qualquer guia de qualquer cidade pode acompanhar na trilha.

Escalada em Igatu

Igatu é a cidade da Chapada Diamantina considerada a Meca da escalada. Isso porque a pouquíssimos metros da cidade, existem diversas rochas para boulders e vias de diversos graus de dificuldade. Todo ano ocorre até mesmo um festival de escalada chamado Igatu Boulder, que atrai centenas de pessoas para a região.

Diego e seu irmão, LP, são os responsáveis pelo festival, e é possível fazer aulas de escalada – mesmo que você seja iniciante, como foi o meu caso – com o Diego. Na época paguei o valor de R$130,00 por hora. Ele leva todos os equipamentos necessários, explica e auxilia nas subidas de uma forma super tranquila que chega até a parecer fácil (ele chega a subir as vias mais fáceis de chinelo!!!!).

Entretanto, ao estar de fato na rocha, vi que de fácil não tinha nada, e que na verdade era super desafiador. Senti muito medo em alguns momentos devido a altura, mas ao mesmo tempo me senti muito grata e emocionada quando cheguei ao topo e tive a sensação de conquista. Foi uma experiência única que valeu muito a pena.

Além da escalada, a cidade é um charme. Deixo aqui a indicação de almoço e janta no restaurante Flor de Mandacaru, que possui um prato feito maravilhoso com ótimo custo-benefício. E, bem na esquina da rua, em frente ao restaurante, tem um cafezinho super gostoso em que o dono, Arthur, junto com sua filha Lua (uma judoca super carismática e esperta), produzem geléias artesanais deliciosas.

Para hospedagem recomendo a Pousada Flor de Açucena, que possui uma arquitetura única no meio da natureza. É super confortável, com um café da manhã delicioso servido em um espaço incrível.

Cachoeira do Mosquito

A cachoeira do Mosquito é outra ótima opção de passeio para o primeiro dia pós-viagem, já que fica próxima à cidade de Lençóis, por onde chegam os voos ou ônibus. Acabei deixando para conhecê-la no meio do caminho entre Igatu e Capão, onde seria minha próxima hospedagem, já que o trajeto era longo.

É um passeio super tranquilo, com um bom restaurante para almoço logo na entrada, e uma trilha minúscula, acessível a todos, mediante uma taxa de visitação de R$40,00. A cachoeira é super bonita e garante um ótimo momento de relaxamento.

Cachoeira da Fumaça por cima

Localizada no Vale do Capão, a Fumaça possui em torno de 350 metros de altura, sendo considerada uma das cachoeiras mais altas do Brasil. Recebe esse nome pois a maior parte da água da queda não atinge o solo devido à evaporação, formando um esbranquiçado/névoa que remete à fumaça.

A trilha possui 12 km (ida e volta) e, em sua maior parte, é uma caminhada tranquila. No entanto, é preciso estar ciente de que os primeiros 2 km são bem Ingrids (íngrime para os menos familiarizados rs) e com bastante degraus. Ao chegar no topo e se deparar com a queda e altura daquilo tudo, não há queixo que não caia. É um negócio absurdo de verdade! pedra mais pontuda, que proporciona a melhor visão de todo o vale e da cachoeira, deve ser acessada rastejando, para não correr nenhum risco – e mesmo assim dá um medinho de tão alto, viu?!

No dia, infelizmente, não peguei um grande volume de água, mas mesmo assim foi incrível contemplar aquele lugar. Voltando um pouco do pico mais alto e caminhando para a direita, é possível acessar um segundo mirante maravilhoso. E, seguindo na direção do riozinho, há um local perfeito para um café, com um poço de água para banho.

Nesse dia, fiquei hospedada no próprio Vale do Capão para ficar mais próxima do início da trilha e, nossa, que cidadezinha gostosa! O centrinho de lá me lembrou um pouco os de cidades praianas, como no Litoral Norte de São Paulo ou da Praia do Rosa, em SC, cheio de restaurantes e lojinhas. A única diferença é que no Capão tinha um coreto bem no meio do centrinho e, na hora que cheguei na cidade, estava rolando uma aula de ginástica apenas para mulheres bem ali, com pesinhos, música e tudo. Achei o máximo!! Uma cidade super acolhedora.

Para hospedagem, fiquei na Pousada Vie, um pouco mais afastada do centrinho, mas com uma vista linda, um quarto mega confortável (daqueles que não dá vontade de sair da cama!) e um café da manhã muito gostoso!

Morro do Pai Inácio

Após visitar a Cachoeira da Fumaça por cima, segui para o cartão-postal da Chapada Diamantina para contemplar o pôr do sol: o famoso Morro do Pai Inácio. Infelizmente, nessa época do ano estava tudo nublado e com ameaças de chuva. Ainda assim, a vista continuava linda, mesmo sem a cor alaranjada do céu. A taxa de visitação é de R$12,00.

A cidade de Lençóis é maravilhosa e vale a pena a hospedagem por pelo menos dois dias para se hospedar por lá. O centrinho é encantador, cheio de casinhas coloridas, com muitos restaurantes e barzinhos, lojinhas para comprar lembrancinhas e hospedagens incríveis.

Uma situação curiosa que me aconteceu em Lençóis foi literalmente DO NADA lotar de pessoas na frente do Mercado Cultural, por volta de umas 17h da tarde. Quando fui ver o que estava acontecendo, descobri que estava rolando uma mega venda de bolos em duas barraquinhas. Mas assim, não eram bolos normais, eram SUPER bolos. Juro, cada bolo devia ter em torno de umas 25 fatias cada e quando digo fatia, é uma SUPER fatia, maior que minha mão aberta, sério! E cada uma custava apenas R$12,00. Sai de lá feliz da vida com três super fatias, e mais feliz ainda por ter conseguido garantir os meus pedaços, porque em pouquíssimos minutos esgotou tudo!

Depois, conversando com as mulheres responsáveis pela venda, descobri que o dinheiro arrecadado era para ajudar na igreja. Assim que divulgavam a data da venda de bolos, toda vez era essa muvuca e correria da cidade toda para tentar garantir ao menos um pedaço desses maravilhosos bolos artesanais. Queria ter tirado uma foto, mas a gula e a fome acabaram sendo maiores! rs. Então, se ver uma movimentação maior por ali, já corre para garantir seu pedaço também!

Como dica de hospedagem, fiquei na pousada Villa Alma, que possui uma estrutura super bonitinha, com piscina e um quarto super cheiroso. É um daqueles lugares que parecem te abraçar, sabe? Para fechar com chave de ouro, Arthur, que é o dono da pousada, também é chefe de cozinha, e o café da manhã é dos deuses! Outro ponto que achei muito legal é que todos os funcionários da pousada são worldpackers, ou seja, trocam hospedagem por trabalho no local e amo incentivar programas que auxiliam as pessoas a viajarem e conhecerem o mundo!

Finalizei a viagem ali em Lençóis justamente para ficar mais próxima do aeroporto. E foi bem engraçado: na espera do voo, todos ficavam olhando para o céu na torcida para que o avião conseguisse pousar, para que depois, então, conseguíssemos decolar, sem precisar pegar um ônibus para Salvador e encarar todo o perrengue de novo! Quando o avião pousou, parecia final de Copa do Mundo, com muita comemoração! hahaha

Considerações finais

Sem sombras de dúvidas, a Chapada Diamantina foi uma das melhores viagens que já fiz na vida em termos de riqueza de paisagens, experiências, trilhas e cidadezinhas fofas! Quero muito voltar para lá assim que possível, seja para conhecer as atrações que ficaram faltaram, revisitar aquelas em que o tempo não colaborou ou simplesmente para curtir mais o clima delicioso das cidades. Vale a pena demais!

Eu, Júlia, amo muito fazer trilhas e por isso escolhi atrações com algumas trilhas maiores e a Travessia, mas é bom lembrar que a Chapada Diamantina tem atrações para todos os tipos e gostos! É possível ir para lá apenas para relaxar, fazer passeios bem tranquilos, sem trilhas longas, e ainda assim garantir visuais incríveis.

Um ponto que me chamou a atenção na Chapada Diamantina foi a enorme quantidade de gringos na região. Em alguns passeios, e até mesmo no voo, havia mais estrangeiros do que brasileiros, juro, principalmente franceses! Outro detalhe curioso foi ver muitos grupos da terceira idade explorando a região, o que só reforça como a Chapada tem atrações para todas as idades e perfis.

Em termos de gastos financeiros, não é uma viagem baratinha. As diárias de hotéis ficaram em torno de R$200-300,00 por dia para 9 dias (descontando os dias da travessia), alimentação entre R$150-200,00 por dia, entradas de cachoeiras, escalada, rapel e o guia de Ibicoara somaram cerca de R$650,00 e, por fim, o guia contratado para a Travessia e os demais passeios com transporte seu por R$4.300,00. No total, estimaria um gasto aproximado de R$9.000. Acredito que é possível reduzir esse valor com hospedagens e refeições mais simples, caso necessário.

Por fim, deixo aqui apenas minha eterna gratidão por a vida ter me permitido conhecer esse lugar maravilhoso, cheio de histórias, paisagens indescritíveis, pessoas mega simpáticas e que me deixou memórias tão especiais que vão ficar comigo para sempre. Obrigada, vida.

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Pra quem não me conhece, sou a Júlia, prazer!

Bem vindo ao meu blog! Aqui espero te contar sobre minhas viagens, histórias e perrengues, e de alguma forma te ajudar a planejar uma próxima viagem mais que incrível, e que fique eternizada na memória!

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